Sabemos que entre os principais sonhos de consumo do brasileiro é ter a casa própria, segundo diversas pesquisas divulgadas ao longo dos últimos anos. E o maior impedimento para a realização deste sonho é a questão financeira.
Devido a um grande déficit habitacional em nosso país, juntamente com oferta de crédito caro, torna essa conquista um grande feito, digno de ser comemorado pelas famílias. Neste cenário, a demanda por crédito imobiliário tem crescido fortemente, mantendo a lucratividade alta da indústria da construção civil e financeira.
A classe média, assim que adquire o seu imóvel e consegue certo conforto orçamentário no pagamento da prestação, já inicia o planejamento de uma mudança para um imóvel de maior padrão e, consequentemente novos financiamentos.
Porém, uma questão chama atenção neste contexto: pessoas de classe social alta, no topo da renda média nacional, normalmente moram em imóveis alugados – fonte quinto andar.
Desde atores renomados, cantores, artistas e atletas de alto rendimento, preferem morar de aluguel, ao invés de adquirir os imóveis de sua preferência.
Isso é uma boa escolha do ponto de vista econômico, e somente neste aspecto, sem considerar o sonho de consumo das pessoas.
O principal fator é que o aluguel do imóvel é mais barato que o empréstimo do dinheiro, cobrados através de juros bancários. Quando realizamos um financiamento, além de uma entrada de aproximadamente 20% do valor, são agregadas apólices de seguro e são realizados em um prazo extenso (de até 420 meses), sob o motivo do desembolso mensal não pesar no orçamento.
Para exemplificar, um imóvel que vale R$ 500.000,00, teríamos uma entrada de R$ 100.000,00 e um financiamento de R$ 400.000,00 – teríamos um valor médio de parcela neste período de R$ 3.200,00 – e um valor total a pagar de R$ 1.344.000,00;
Partindo de uma média, o mercado costuma praticar como valor de aluguel 0,5% do valor líquido do imóvel, e isso depende da idade do imóvel, localização, vizinhança, demanda, entre outros.
Neste exemplo que pegamos, você pagaria no mesmo imóvel que seria seu, um aluguel no valor aproximado de R$ 2.500,00 mensais, e teria algumas despesas de manutenção (como vazamentos, entupimentos, entre outros) arcados prioritariamente pelo proprietário.
Você manterá, nesta simulação, os R$ 100.000,00 da entrada sob sua gestão, além de uma diferença mensal de R$ 700,00 mensais;
Fazendo cálculos conservadores, com estes recursos aplicados em renda fixa com um rendimento médio de R$ 8,5% ao ano, neste período, você terá em seu poder cerca de R$ 3.644.618,93 – sendo R$ 394.000 em capital investido (menos que os R$ 500.000,00 que vale o imóvel) e R$ 3.250.618,93 em juros compostos.
Claro que viver de aluguel traz alguns inconvenientes, como o proprietário pedir o imóvel de volta ou ter que receber em sua casa corretores e pessoas interessadas em comprar a mesma, e você ter que disponibilizar o imóvel, quando requisitado.
Mas as vantagens também são representativas:
- Não imobilização de capital, podendo criar renda passiva com o mesmo;
- Se livrar de gastos com manutenção de itens estruturais do imóvel;
- Flexibilidade de mudança quando este imóvel não atender algum pré-requisito como vizinhança, tamanho ou localização;
- Permite liberdade para realização de grandes mudanças (cidade, estado, país).
Considerando todos estes fatores racionais e lógicos, as pessoas ricas preferem manter seu dinheiro trabalhando para proporcionar liberdade de escolha, morando na casa mas sem compra-la, flexibilidade com renda passiva.
Infelizmente este tipo de cálculo você dificilmente aprenderá em alguma universidade ou em uma conversa em sua instituição financeira e, por este, a inteligência financeira tornou-se primordial para basear boas decisões.
Que o Senhor Deus abençoe suas emoções, alimentando com sabedoria e prosperidade.
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